Por mais que durante muito tempo tenha se estabelecido que o nível da pressão arterial aceitável nos idosos pudesse ser maior do que nos adultos de faixas etárias inferiores, hoje os especialistas adotam outro discurso. Os níveis recomendados para a pressão arterial dos idosos deve ser equivalente aos associados a um adulto de 20, 30, 40 ou 50 anos.
“De acordo com a Diretriz Européia para Tratamento de Hipertensão (2018), a meta inicial de pressão arterial nos idosos em tratamento contra hipertensão deve ser a mesma que a dos demais adultos. Ou seja, pressão arterial menor do que 140 x 90 mmHg”, informa o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho.
Segundo o especialista, esta meta inicial pode ainda ser reduzida no caso dos adultos com menos de 65 anos, caso estes tolerem bem a medicação. Sendo assim, a meta de pressão poderia cair para 130 x 80 mmHg ou menos, dependendo do caso. Já no caso dos idosos essa nova redução da meta da pressão arterial não é recomendada.
“É essencial termos cuidado com os idosos que iniciarão o tratamento para hipertensão ou cujo tratamento será ajustado, pois trata-se de uma população mais sensível a medicações anti-hipertensivas. Sendo assim, faz-se necessário um acompanhamento de perto, com aumento de doses gradativamente, visitas periódicas, para evitarmos efeitos colaterais como a hipotensão medicamentosa (uma das principais causas de queda em idoso)”, orienta o médico.
Mesmo assim, esse tipo de medicação é fundamental no tratamento contra a hipertensão, inclusive no caso específico dos idosos – sempre com acompanhamento médico adequado. “O médico assistente tem a capacidade de individualizar o tratamento para cada pessoa, pesar os riscos e benefícios e compartilhar a decisão de ajuste de metas com o paciente e sua família”, conclui o cardiologista.