Ao descobrir que um idoso na família foi diagnosticado com a doença de Alzheimer, filhos, sobrinhos e outras pessoas próximas geralmente assumem o papel de cuidadores. No entanto, o dia a dia com a doença não é nada fácil. É importante prestar atenção ao horário dos remédios e às refeições e evitar ao máximo brigas com o paciente com o transtorno, para não prejudicar seu tratamento.
“Brigas e discussões levam a alterações de comportamento, como irritação, ansiedade, apatia ou mesmo agressividade. É inútil você discutir com alguém que apresenta uma capacidade reduzida ou nula de assimilar informações novas”, afirma o geriatra Leandro Minozzo. Essas mudanças de humor são frequentes entre os pacientes com doença de Alzheimer e fazem parte dos sintomas do transtorno.
Além disso, brigar com o doente não é nada positivo. “Ao ser exposto a situações de estresse, o idoso com a doença de Alzheimer fica ainda mais confuso”, explica o profissional. Ele terá os mesmos sintomas físicos de descarga de adrenalina, só que não entenderá completamente o que está acontecendo e sofrerá mais com o estresse do que pessoas saudáveis.
O primeiro passo para evitar as brigas vai além da aceitação do diagnóstico e envolve também a compreensão verdadeira do que é a doença de Alzheimer e quais são as mudanças que ela traz. “Demoram alguns meses quando os cuidadores têm as orientações e fazem os cursos, mas o conhecimento e a aceitação aliviam para todos os envolvidos”, destaca o especialista.
Completado esse passo, será hora de estabelecer uma rotina, com tempo de descanso para o cuidador e sono adequado tanto para o paciente quanto para o cuidador. Por fim, é preciso ficar de olho no consumo dos medicamentos, que ajudam a controlar as alterações de comportamento do idoso, e buscar sempre melhorar a comunicação, já que erros de comunicação, segundo Minozzo, estão entre as principais causas para discussões.