“Os familiares de pacientes com Alzheimer enfrentam várias dificuldades, sendo a primeira delas a aceitação do problema. É comum em famílias numerosas, por exemplo, haver filhos que não aceitam o diagnóstico e por isso deixam de levar o pai ou a mãe doente ao médico, ou então procuram outros profissionais não qualificados para o raciocínio clínico”, informa o geriatra José Eduardo Martinelli.
As alterações de comportamento do paciente também são um grande desafio para os familiares/cuidadores, os quais precisam encontrar formas de enfrentar tais mudanças. “Essas alterações do comportamento (esquecimento, perambulação noturna, teimosias, não querer tomar banho, etc.) geram muito estresse para quem cuida e para os familiares. Assistir a situação do paciente, comparando com os tempos anteriores à doença, também é um processo penoso para os familiares”, afirma Martinelli.
A melhor maneira dos familiares lidarem com um paciente com doença de Alzheimer é, em primeiro lugar, entender o que é a doença e seus sintomas. Também é fundamental ter orientação para cuidar bem do paciente. Isso pode vir do médico ou de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros.
O familiar cuidador deve ter paciência para responder as perguntas e ouvir o que já sabe, visto que está acostumado a ouvir várias vezes os mesmos discursos do paciente. Também deve ter a inteligência de buscar sempre contornar as situações. “Se o idoso, por exemplo, não quiser tomar banho, não insista. Aguarde um pouco e depois tente novamente até ele aceitar. Nunca bata de frente, pois o paciente fica agitado e agressivo”, completa o especialista.