O hábito de ler jornal e revistas é importante na prevenção do Alzheimer?

A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) aponta que mais de 1,2 milhão de pessoas no país vivem com mal de Alzheimer, doença que provoca a perda da memória recente. O problema é que, com o crescimento da expectativa de vida da população, tudo indica que o número de diagnósticos irá subir, o que reforça a necessidade de apostar em medidas preventivas. O hábito de ler jornais e revistas é um exemplo bastante simples.

Leitura ajuda a impedir perda da memória causada pelo Alzheimer

“Sabemos, e isso é reforçado por pesquisas, que a leitura e a manutenção da atividade intelectual está associada à preservação das funções cognitivas“, afirma o geriatra e nutrólogo Leandro Minozzo. Essas funções abrangem a memória, a percepção, a atenção, a linguagem e as funções executivas, que envolvem a lógica, o raciocínio, o planejamento e a execução de tarefas, todas afetadas pelo mal de Alzheimer.

“Hoje, temos bem respaldado o conceito de plasticidade cerebral, no qual é possível que novas conexões sejam feitas mesmo após os 60 anos. E o estímulo cognitivo entra nesse aspecto”, explica o médico. Isso significa que, mesmo na velhice, o corpo humano, quando estimulado pela leitura e por outros hábitos, consegue fazer com que os neurônios se comuniquem de novas formas, ajudando a prevenir a doença.

Fazer exercícios intelectuais ajuda na prevenção do Alzheimer

Além de ler livros, jornais e revistas ao longo de toda a vida, existem outras medidas que ajudam a promover uma boa saúde do sistema nervoso central e, consequentemente, impedir o surgimento do problema. “Estimular a mente com atividades intelectuais diversas e praticar exercícios físicos que mesclem aeróbica, resistência e força muscular, equilíbrio e flexibilidade” são atitudes citadas pelo especialista. Dormir bem também é fundamental.

De acordo com Minozzo, todas as pessoas devem adotar medidas que visam a prevenção da doença, como a leitura. Entretanto, há alguns grupos que devem redobrar a atenção. “A prevenção é indicada para todos adultos. No entanto, gostaria que aqueles com risco aumentado tivessem mais cuidados. Refiro-me aos pacientes com diabetes, depressão, que são sedentários e com baixa escolaridade”, diz o profissional.