Após fazer uma bateria de exames, você descobriu um nódulo na tireoide. No começo, é normal ficar assustado, sem entender direito o impacto que essa descoberta pode gerar na sua rotina e na vida da sua família. Mas, o importante é não negligenciar esse fato e fazer o devido acompanhamento com um especialista no assunto, como um endocrinologista, para entender a gravidade, possíveis causas e iniciar o tratamento ideal para essa condição.
Um nódulo na tireoide, na grande maioria dos casos, não provoca sintomas e, em geral, só é identificado quando a pessoa percebe um aumento da região cervical, em consulta de rotina quando o médico examina a glândula ou quando é realizado exame de imagem da tireoide. Raramente, quando os nódulos são muito grandes, pode haver sintomas como dor à deglutição, rouquidão e mudanças no tom de voz e tosse. Mas, além disso, é possível que esse problema provoque algum tipo de alteração hormonal importante? Essa alteração desencadeia outros sintomas? Para esclarecer essas dúvidas, conversamos com a endocrinologista Daniele Zaninelli. Confira!
Nódulos na tireoide são lesões em forma de bolinhas ou caroços que podem aparecer dentro da glândula tireoide, localizada no pescoço e responsável pela produção dos hormônios T3 e T4 – eles atuam no metabolismo e são fundamentais para o corpo! “Quando são mais volumosos, podem ser visíveis na região anterior do pescoço. Os nódulos mais comuns são encontrados durante a palpação da região ou ao realizar um exame de imagem, como a ecografia”, esclareceu a médica.
A causa da maioria dos nódulos na tireoide não é conhecida, mas segundo a endocrinologista, existem algumas possibilidades: “Pode haver um componente genético que é frequentemente encontrado em indivíduos da mesma família. A deficiência de iodo na dieta também se torna um fator, assim como o excesso de peso”. Sem falar que, com o avançar da idade, os nódulos na tireoide se tornam ainda mais comuns.
Em geral, os nódulos na tireoide não causam disfunções hormonais. Segundo a Dra. Danielle, em algumas circunstâncias, os mesmos podem se associar à produção diminuída de hormônios da tireoide (hipotireoidismo), ou também “podem produzir hormônios tireoidianos em quantidades excessivas, levando a um quadro de hipertireoidismo. Nesses casos, o tratamento pode exigir cirurgia, indicação de iodo radioativo ou uso de medicamentos”, finalizou a médica.
O hipotireoidismo é a condição em que os hormônios T3 e T4 são produzidos em pouca quantidade. É mais comum entre as mulheres e pode provocar depressão, problemas de memória, alteração na menstruação e cansaço excessivo, por exemplo. Já o hipertireoidismo é a produção em excesso desses hormônios, causando tremedeira, ansiedade, sensibilidade nos olhos, insônia, perda de peso e de apetite.
De acordo com a Dra. Daniele, mais importante que o tamanho de um nódulo na tireoide são as características apresentadas nos resultados do exame de ultrassonografia: “Tudo pode variar dependendo do seu aspecto associado ao tamanho. Além disso, o endocrinologista pode indicar desde uma simples observação até a realização de uma punção para determinar se a natureza do nódulo é benigna (que ocorre em 95% dos casos) ou maligna”.
As características clínicas do paciente também devem ser levadas em consideração, como idade ao diagnóstico, velocidade de crescimento e sintomas associados: “Alterações da voz e dificuldade para engolir ou para respirar podem indicar a presença de uma lesão mais invasiva”, alertou a especialista. Outros fatores de risco para uma lesão maligna são ser do sexo masculino, ter menos de 18 anos ou mais de 70 anos e ter histórico de câncer de tireoide na família.
Portanto, se suspeitar de algo, não deixe de procurar um médico para avaliar o quadro!