Medicamentos usados no tratamento do Alzheimer ajudam a melhorar a memória do paciente?

O Alzheimer é uma doença degenerativa crônica e por isso não há como recuperar os danos já causados na mente. O tratamento medicamentoso atual, no entanto, consegue retardar o desenvolvimento do quadro e dos sintomas, permitindo, assim, que o paciente consiga viver por mais tempo com uma qualidade de vida melhor.

“O tratamento atual da doença de Alzheimer não é curativo, ou seja, não muda o curso da doença a longo prazo. Entretanto, os avanços da ciência vêm permitindo que os pacientes tenham maior sobrevida e melhor qualidade de vida, inclusive na fase grave. Os objetivos da terapêutica são aliviar os sintomas existentes, de modo a estabilizar ou lentificar a progressão da perda da memória, conseguindo independência nas atividades da vida diária por mais tempo”, explica a geriatra Aline Bandeira.

Tratamento medicamentoso do Alzheimer

Conforme aponta a médica, acredita-se que parte dos sintomas da doença de Alzheimer decorra de redução dos níveis de acetilcolina presente no cérebro, e que por isso um modo possível de tratar a doença é utilizar medicações que inibam a degradação dessa substância. “O efeito esperado com o uso dessa classe de medicação é uma melhora inicial dos sintomas, mas deve-se salientar que a resposta é individual e muito variada”, aponta Aline.

Segundo a especialista, há evidências de que essas drogas possam estabilizar parcialmente a progressão da demência, de modo que a evolução torne-se mais lenta. “Os efeitos positivos, que visam a melhoria ou estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade, e, no geral, são observados a partir de 8 a 12 semanas do início do tratamento”, afirma.

Casos em que o medicamento pode ser interrompido

As medicações podem ser descontinuadas, de acordo com a geriatra, nos casos de má aderência ao tratamento; se há comprovação de deterioração cognitiva e funcional, mesmo após seis meses de tratamento adequado; se após um período de interrupção do tratamento, constata-se que a droga não está mais proporcionando benefícios; e nos casos de intolerância medicamentosa refratária. Em todos esses casos, no entanto, é fundamental contar com o diagnóstico médico especializado para que decisão tomada seja informada adequadamente.