Por que a atividade cognitiva ajuda a reduzir o risco do desenvolvimento do mal de Alzheimer?

A atividade cognitiva é fundamental para reduzir o risco do desenvolvimento do mal de Alzheimer, pois o exercício da mente com práticas intelectuais minimamente complexas ao longo da vida a torna mais resistente a danos cerebrais. Essas mesmas práticas também devem ser estimuladas nos indivíduos que já apresentam a doença, como forma de complementar o tratamento.

Atividades que ajudam a prevenir o Alzheimer

“Atividades como sociabilidade, intelectualidade e escolaridade ajudam a reduzir o risco de desenvolver a demência da doença de Alzheimer, porque propiciam a criação de novas conexões sinápticas que vão dar origem ao conceito de reserva cognitiva, que significa a resistência da mente às lesões cerebrais”, explica o geriatra José Eduardo Martinelli.

Segundo o especialista, existem vários fatores associados à obtenção de uma boa reserva cognitiva e dentre os mais importantes estão: a educação e o interesse pela cultura; desempenhar um trabalho que exija esforço intelectual; contar com uma rede ampla de relações sociais; exercício físico moderado diário; ler de forma habitual; e praticar atividades intelectuais complexas, como tocar um instrumentos musical ou aprender um idioma.

Tratamento do Alzheimer conta com a prática de atividades cognitivas

Em relação às pessoas que já desenvolveram a doença, o incentivo a essas atividades cognitivas deve ser ainda maior, visto que o processo de desgaste mental já foi iniciado. É comum que aqueles com alteração cognitiva recusem essas atividades e por isso o cuidador (familiar) deve insistir para que eles interajam mais com os entes queridos e realizem atividades estimulantes que costumavam gostar de fazer e até apresentavam certa habilidade.

“Dentro da terapêutica não medicamentosa, a estimulação cognitiva é a mais importante para retardar a evolução da doença, sendo praticada das mais variadas formas. Na minha opinião, a mais eficaz é contar com uma ampla rede de relações sociais, porque a partir dela é que surgem todas as outras possibilidades de estimulação. Quanto maior o isolamento do paciente, mais rápido a doença evolui”, completa Martinelli.