Um paciente com Alzheimer avançado precisa ser monitorado constantemente?

Pacientes com Alzheimer avançado precisam ser monitorados constantemente, pois nesta fase da doença a autonomia é praticamente inexistente. Existe a necessidade de um acompanhante em tempo integral para ajudá-lo a fazer todas as suas necessidades, seja um familiar ou um profissional com experiência nos cuidados de pessoas com essa condição.

“Em quadros de Alzheimer avançado há perda total de autonomia, o que leva o paciente à dependência de cuidados intensivos e monitoramento permanentes. Esse contexto apresenta potenciais riscos para o paciente e desgastes para família e cuidadores. Por isso, é necessário um acompanhamento profissional especializado a cada 3 ou 4 meses, em média, para promover melhora da qualidade de vida de todos os envolvidos, com otimização da funcionalidade e grau máximo de conforto”, aponta a geriatra Aline Bandeira.

Sintomas e prejuízos do Alzheimer em estágio avançado

Segundo a médica, aproximadamente 21% dos portadores de Alzheimer encontram-se na fase grave da doença, caracterizada, principalmente, por prejuízo gravíssimo da memória, incluindo dificuldade acentuada na recuperação de informações antigas, como reconhecimento de pessoas e locais conhecidos, o que resulta até mesmo em limitações para se orientar e locomover dentro de casa.

Inúmeras complicações podem ocorrer nessa fase, segundo a especialista, caso não haja monitoramento constante. “Podemos citar: quedas, pela piora do controle motor com um consequente maior risco para fraturas; imobilidade com deformidades permanentes; infecção urinária; desnutrição; lesões cutâneas por pressão (antigamente denominadas escaras); e alterações comportamentais que podem colocar em risco a integridade física do paciente e de terceiros”.

Cuidados necessários com os pacientes com Alzheimer avançado

Conforme indica a geriatra, cuidadores de pacientes com Alzheimer avançado precisam ter atenção em uma série de coisas, como por exemplo: seguir com rigor doses e horários das medicações prescritas; comunicar ao médico responsável alterações ou reações não esperadas para possíveis ajustes; e valorizar as  emoções do paciente, pois, mesmo em fases avançadas, a capacidade de transmitir e perceber emoções está frequentemente mantida, fenômeno conhecido como preservação afetiva.