Pessoas com intolerância à lactose precisam adotar alguns cuidados no dia a dia para evitar os sintomas incômodos provocados quando se ingere alimentos contendo leite e derivados. Um desses cuidados é apostar em produtos sem lactose, ou seja, que têm na composição leite ou derivados, mas não a lactose. Este açúcar do leite é o elemento fundamental para ativar os mecanismos do problema.
Mais especificamente, o indivíduo com intolerância à lactose perde a capacidade de digerir este açúcar do leite, tendo em vista que apresenta deficiência de lactase. Esta é uma enzima produzida pelo organismo em condições normais. Por conta disso, os especialistas recomendam, em alguns casos, o uso de suplemento de lactase, para que o paciente consiga ingerir leite e derivados sem se sentir mal depois.
“Versões sem lactose de produtos derivados do leite são absolutamente seguros. Estas não causam nenhuma deficiência ou prejuízos ao paciente. A única substância retirada é a lactose. Como quem tem intolerância não absorve mesmo a lactose e os produtos sem lactose não carecem de outras fontes de açúcares, então não há, de fato, problema algum em consumi-los”, afirma o gastroenterologista Stéfano Gonçalves Jorge.
É importante que o paciente busque sempre orientação de um especialista para lidar com o problema, pois a intolerância à lactose se manifesta em intensidades variadas. Um indivíduo com intolerância leve, por exemplo, não terá o mesmo nível de restrição de uma pessoa cuja intolerância é considerada severa. Para que o tratamento adequado seja adotado, é fundamental a avaliação de um profissional capacitado.
“Quem tem intolerância leve pode optar por ingerir uma quantidade pequena, dentro dos limites que consegue absorver (isso depende da experiência individual, não há uma regra específica do quanto). Em situações especiais, quando não pode escolher a refeição ou tiver muita vontade de ingerir um laticínio, há diversas formulações de lactase no mercado que, se ingeridas na dose adequada e junto da refeição, controlam os sintomas”, informa o médico.
No início do tratamento, a indicação de restrição mais rigorosa pode ocorrer, mas não é algo duradouro ou necessariamente obrigatório. Quando o paciente recebe orientações médicas e consolida na rotina os principais cuidados para lidar com o problema, a ingestão de laticínios pode ocorrer, desde que seja feita de forma controlada e cuidadosa. Se necessário, o paciente deve utilizar suplementos de lactase.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a intensidade das manifestações clínicas da intolerância à lactose depende da quantidade de lactose ingerida, trânsito intestinal, idade do paciente e expressão do gene responsável pela síntese de lactase. Os sintomas surgem entre 30 minutos e duas horas após a ingestão de produtos lácteos, sendo que os mais comuns são: inchaço abdominal, cólicas, gases, flatulência e diarreia.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria:
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/