A hipertensão arterial, chamada popularmente de pressão alta, é uma doença que acomete cerca de 1 em cada 3 pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cardiologista Dra. Beatriz da Silvia Costa, diz que a doença é geralmente assintomática até fases muito avançadas. “Não há sintoma típico que possa sugerir que a pessoa esteja hipertensa”, reforça. Como, então, identificar a doença? Que efeitos o paciente apresenta a médio e longo prazo?
É possível identificar uma hipertensão?
A hipertensão arterial sistêmica geralmente não apresenta sintomas característicos até fases mais avançadas, já com lesões de órgãos alvos, ou seja, quando há comprometimento de cérebro, coração, rins e olhos. “Muitos referem sintomas genéricos, tais como dor de cabeça, dor nos olhos, sangramento pelo nariz, tontura, rubor facial, palpitações, cansaço, dor no peito e urinar com mais frequência durante a noite”, explica Beatriz.
Os efeitos da doença a médio e longo prazo
A profissional explica que a médio prazo, a hipertensão leva ao endurecimento e espessamento das artérias e dano aos pequenos vasos sanguíneos. “Já a longo prazo, leva à hipertrofia ventricular esquerda, aumento da espessura médio-intimal das carótidas e de todas as artérias e diminuição da filtração renal, o que ocasiona diversas complicações”, completa. Insuficiência renal crônica, doença nos olhos (retinopatia hipertensiva), doença arterial coronariana (infarto agudo do miocárdio) e acidente vascular cerebral estão entre as complicações apontadas pela médica.
O tratamento da hipertensão
Como raramente tem cura, o objetivo do tratamento é evitar que os órgãos-alvo sejam lesados. A profissional indica medidas não-farmacológicas como controle do peso, redução do consumo de sal, moderação no consumo de álcool, controle do estresse psicossocial, parar de fumar, entre outros. “Essas medidas são fundamentais para a prevenção e retardo da hipertensão arterial e devem ser mantidas mesmo se o tratamento medicamentoso for instituído”, afirma.
A decisão terapêutica medicamentosa baseia-se no risco cardiovascular, considerando a presença ou ausência de fatores de risco, doença cardiovascular estabelecida e lesão em órgão alvo, não apenas o nível da pressão arterial. “O objetivo primordial do tratamento é a redução da morbidade e mortalidade cardiovasculares, tanto que os medicamentos anti-hipertensivos devem não somente reduzir a pressão arterial como também reduzir os eventos cardiovasculares fatais e não fatais”, afirma Beatriz.