Estima-se que até 60% das mães passem por uma forte melancolia após o parto, também conhecida como baby blues (tristeza materna). Segundo a psiquiatra Juliana Garbayo, do Rio de Janeiro, neste período podem ocorrer mudanças súbitas de humor (a mulher se sente ora muito feliz, ora muito triste), crises de choro sem razão aparente, impaciência, irritabilidade, agonia, ansiedade e solidão. “A tristeza materna pode durar apenas algumas horas ou até uma ou duas semanas depois do parto e nem sempre requer tratamento médico”, afima a médica. “Não é sinônimo de depressão. Apenas uma parte das mamães evoluirá para um quadro mais grave, conhecido como depressão pós-parto”.
Quais são os sintomas da depressão pós-parto?
A depressão pós-parto se manifesta por meio de um conjunto de sensações que as mamães enfrentam após o nascimento do bebê. Caso a paciente apresente dois ou mais sintomas, o indicado é procurar um psiquiatra, que saberá diferenciar as condições e traçar a melhor conduta para cada situação. Confira a lista:
O tratamento da depressão pós-parto é feito com antidepressivos
De acordo com Garbayo, o tratamento da depressão pós-parto é feito com antidepressivos e, eventualmente, outras medicações podem ser necessárias. “Há antidepressivos seguros para uso durante a amamentação. É importante dizer que muitas pessoas têm medo de tomar antidepressivos, pensando que ficarão dopadas ou terão ganho de peso. Realmente, algumas classes de antidepressivos mais antigos tinham estes efeitos colaterais. Atualmente, dispomos de medicações mais modernas, que são eficazes, seguras e praticamente isentas de efeitos colaterais, que não causam sonolência nem ganho de peso”, garante a psiquiatra.
A família deve ajudar a mamãe durante a depressão pós-parto
A família pode ajudar sendo compreensiva, dando apoio emocional e mostrando genuíno interesse pelo bem estar da mulher. “É comum que todas as atenções que estavam voltadas para a gestante sejam subitamente direcionadas ao bebê, deixando a mulher um pouco ‘para escanteio’. Este processo normal pode afetar gravemente mulheres que têm histórico de se sentir facilmente rejeitadas e/ou abandonadas”, diz a psiquiatra, alertando que críticas devem ser evitadas durante esse período. “Perguntas como: ‘você teve um bebê tão lindo, porque está assim?’ e ‘por que está triste se você tem tudo, com tanta gente sofrendo no mundo?’ não ajudam e devem ser evitadas a todo custo. A melhor forma de ajudar a mãe é ficar a seu lado sem criticar, procurando compreender ou, pelo menos, empatizar com seu sofrimento e procurar rapidamente ajuda especializada”, finaliza.