Para muitas pessoas, o Carnaval é sinônimo de um clima de maior descontração e paquera. Por ser uma época marcada por excessos, é importante ser responsável, evitando beber demais, se alimentar mal e ficar muito exposto ao sol sem a devida proteção.
Nas relações sexuais, então, o cuidado deve ser redobrado, para que a folia não se transforme em um grande arrependimento. Afinal, é possível contrair Aids com apenas uma relação desprotegida? De acordo com o médico infectologista e epidemiologista Dr. Bruno Scarpellini, a resposta é sim, mas diversos fatores devem ser considerados.
Ainda que a camisinha seja a forma mais confiável de se proteger, o médico explica que outros fatores afetam a probabilidade de contágio. “A probabilidade depende de fatores como o tipo de sexo praticado (oral, vaginal, anal), a presença de circuncisão e de outras doenças sexualmente transmissíveis concomitantes não diagnosticadas e/ou tratadas (sífilis, herpes genital), a carga viral do HIV-1 no sangue e a presença da ejaculação durante o ato sexual, já que a carga viral presente no sêmen é semelhante à do sangue”, explica o médico.
O médico também alerta para outras práticas que podem reduzir as chances de contágio mesmo após uma ou mais relações desprotegidas. “O diagnóstico precoce para tratamento e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a utilização de profilaxia pré-exposição com medicamentos antirretrovirais podem prevenir a infecção pelo vírus mesmo após diversas relações sexuais com uma ou mais pessoas contaminadas”, explica Bruno.
Ainda que a Aids não tenha cura, tratamentos já disponíveis podem reduzir bastante a probabilidade de contágio. “A presença de uma carga viral indetectável no paciente infectado que esteja em tratamento com antirretrovirais diminui ainda mais a chance de transmissão. Em oposição, a carga viral é maior em um indivíduo sem tratamento, diagnóstico ou uso de antirretrovirais”, conclui o profissional.