Diante da suspeita de pressão alta, é imprescindível que o paciente procure a ajuda de um cardiologista assim que possível para fazer o diagnóstico da hipertensão. Essa rapidez facilita o controle da doença e ainda ajuda a evitar suas complicações. Na maioria dos casos, a descoberta da pressão alta é feita de maneira bem simples, sem a necessidade de qualquer exame.
“O diagnóstico da hipertensão é realizado por medidas da pressão arterial no braço com aparelho calibrado e apropriado para o tamanho e espessura do braço do paciente”, afirma o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho. O médico lembra ainda da importância dessa aferição ser feita em uma situação de repouso para que não haja interferência no resultado.
Serão considerados indivíduos hipertensos aqueles que tiverem duas ou mais medidas de pressão arterial maior ou igual a 140mmHg de pressão sistólica e maior ou igual a 90mmHg de pressão diastólica, conforme as últimas diretrizes brasileiras e europeias, de 2016 e 2018, respectivamente. As medidas devem ser coletadas com a técnica adequada, em ambiente e situação adequados e com intervalo mínimo de 7 dias.
No entanto, às vezes, o diagnóstico da hipertensão feito exclusivamente pela aferição no consultório não corresponde à realidade, mostrando valores mais altos, no caso da síndrome do jaleco branco, ou menores, no caso de hipertensão mascarada. “Quando o médico suspeita que se trata de alguma dessas entidades, ele solicita o MAPA, que é um aparelho de medir pressão mais compacto, colocado no braço e na cintura do paciente”, explica Doutor Costa Filho.
Para fazer o MAPA, Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, o paciente vai para casa e fica 24 horas com esse aparelho, que pode ser programado para fazer medidas automáticas a cada 15 ou 20 minutos. Assim, retira-se a influência da ansiedade e tensão das aferições e o aparelho gera um histórico do comportamento da pressão arterial no dia a dia.
Além disso, é importante realizar exames simples para avaliar a presença de outras doenças capazes de elevar o risco cardiovascular do paciente, como diabetes e colesterol elevado, ou situações que indicam lesões causadas pela pressão alta. “Geralmente, para isso, fazemos um eletrocardiograma e exames de sangue. Quando há suspeita de pressão alta secundária a outra doença, como insuficiência renal, também é necessário fazer de exames específicos selecionados pelo médico assistente”, informa o cardiologista.
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