Uma das consequências da gripe é a produção nas vias aéreas do muco, substância que faz a função de filtro, impedindo a entrada de partículas indesejadas no organismo. Esse muco, popularmente conhecido como catarro, pode chegar aos pulmões, provocando riscos. Segundo o pneumologista Alexandre Kawassaki, o principal deles é o desenvolvimento de pneumonia.
“O muco gerado nas vias aéreas superiores (nariz e garganta) pode escorrer pela parte posterior da garganta, entrar na traqueia e chegar até os pulmões. Em casos mais intensos, o muco da gripe pode ser produzido na região dos brônquios, que já são as vias aéreas dentro dos pulmões”, explica.
Para evitar o excesso de muco nos pulmões, o médico aconselha ingerir bastante líquido para fluidificar o muco; fazer lavagem nasal nos casos de rinite e sinusite; fazer inalação com soro fisiológico quando se nota excesso de muco nas vias respiratórias; e evitar medicações que reduzam o reflexo da tosse quando esta é produtiva (com presença de muco).
“É importante ter em mente que a tosse é um mecanismo de defesa do nosso sistema respiratório que previne o acúmulo de secreção, então não deve ser inibida. Isso pode ser feito apenas em casos específicos”, recomenda Kawassaki.
Apesar da tosse ser a principal forma para expulsar e impedir que o muco se concentre nos pulmões, há um outro mecanismo, menos conhecido, que também ajuda nesse sentido. Trata-se do movimento ciliar. “Nas células do nosso sistema respiratório há cílios microscópicos que empurram o muco até a garganta, onde ele é engolido”, explica o médico.
A tosse contribui, portanto, para que o muco não se acumule e vá parar nos pulmões. Por isso, o ideal é eliminar o excesso de secreção com as medidas já citadas (lavagem nasal, ingerir bastante líquido, etc.).
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