A Helicobacter pylori (H. pylori) é uma bactéria que se aloja na mucosa do estômago, podendo causar inflamações como gastrite, úlceras e, em casos graves, câncer gástrico. O tratamento para erradicação da bactéria inclui o uso de antibióticos e inibidores da secreção ácida, mas a dieta exerce papel fundamental na recuperação, pois alimentos inadequados podem agravar os sintomas de dor, azia e má digestão.
O que é H. pylori e como a dieta influencia o tratamento?
A H. pylori é adquirida principalmente pela ingestão de alimentos mal higienizados, água contaminada ou contato com secreções de pessoas infectadas. Ao colonizar o estômago, ela provoca uma inflamação crônica que afeta a digestão, a absorção de nutrientes e o equilíbrio do microbioma intestinal. Por isso, uma dieta para H. pylori deve proteger a mucosa gástrica, reduzir a acidez estomacal e fortalecer o sistema imune.
Sintomas mais comuns da infecção por H. pylori
Desconforto ou dor no estômago
Mau hálito persistente
Sensação de queimação (azia)
Náuseas e vômitos
Má digestão e sensação de estômago pesado
Perda de apetite
Perda de peso não intencional
Alimentos recomendados para quem tem H. pylori
1. Vegetais cozidos e frutas sem casca
Couve-flor, brócolis e repolho (ricos em isotiocianatos com ação antimicrobiana)
Maçã, pera, banana, mamão e melão — preferencialmente sem casca
2. Carboidratos refinados (em fases agudas)
Arroz branco, macarrão comum, pão branco e purês
Biscoitos tipo cream cracker ou maria
3. Proteínas magras e de fácil digestão
Peito de frango grelhado ou desfiado
Peixes assados ou cozidos, como tilápia e atum
Ovos cozidos ou mexidos (evitando frituras)
Queijos brancos e iogurtes naturais desnatados
4. Alimentos ricos em ômega 3 e antioxidantes
Peixes como salmão, sardinha e cavala
Azeite de oliva extravirgem
Nozes e sementes em pequenas porções
5. Probióticos e prebióticos
Iogurte natural, kefir e coalhada
Banana madura, aveia e batata-doce (com moderação)
O que evitar na dieta para H. pylori
Durante o tratamento da infecção por H. pylori, alguns alimentos devem ser evitados por estimularem a secreção gástrica, agravando a inflamação da mucosa e os sintomas de desconforto.
Principais alimentos proibidos:
Café, chá preto, chá mate e chocolate (ricos em cafeína e teobromina)
Bebidas alcoólicas e refrigerantes (irritam a mucosa e causam distensão gástrica)
Frituras, carnes gordurosas e queijos amarelos (difíceis de digerir)
Frutas cítricas como laranja, limão, abacaxi e maracujá (aumentam a acidez e podem provocar queimação)
Embutidos e carnes processadas como salsicha, presunto, salame e linguiça (ricos em gordura, conservantes e aditivos químicos que irritam o estômago)
Doces açucarados em excesso, como bolos, balas e sobremesas industrializadas (podem interferir no equilíbrio da flora intestinal)
Dicas extras para aliviar os sintomas durante o tratamento
Divida a alimentação em 5 a 6 refeições diárias para evitar sobrecarga do estômago
Evite ingerir líquidos em grande volume durante as refeições
Prefira alimentos mornos ou em temperatura ambiente, evitando pratos muito quentes ou frios
Mastigue bem os alimentos e coma devagar para facilitar a digestão
Higienize corretamente frutas, verduras e legumes antes do consumo
Importância de tratar a H. pylori adequadamente
A infecção por H. pylori nem sempre causa sintomas evidentes, mas pode evoluir para gastrite crônica, úlceras gástricas e, em casos mais graves, câncer de estômago. Além disso, a bactéria interfere na absorção de nutrientes como ferro, cálcio e vitamina B12, podendo provocar anemia e fadiga. Por isso, o diagnóstico e tratamento adequados — com acompanhamento médico e nutricional — são essenciais para prevenir complicações e garantir a recuperação total.
Adotar uma dieta específica para H. pylori é uma estratégia complementar fundamental ao tratamento medicamentoso. Ao escolher alimentos que protejam a mucosa gástrica, controlem a acidez e promovam o equilíbrio intestinal, é possível acelerar a recuperação, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Para resultados mais eficazes, recomenda-se o acompanhamento de um nutricionista que possa personalizar o plano alimentar conforme as necessidades individuais.