As varizes são veias disfuncionais que se tornam dilatadas e tortuosas, atrapalhando o bom funcionamento da circulação do sangue pelo corpo. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o problema costuma afetar mais as mulheres e a gravidez é um dos principais fatores de risco para o seu surgimento.
De acordo com o angiologista Jayme Ramos, é muito comum o surgimento de varizes na gravidez. A doença se desenvolve, sobretudo, por causa das alterações hormonais que afetam a mulher nesta etapa da vida. “Durante a gestação, há grande produção hormonal e ação do útero sobre a drenagem venosa dos membros interiores. Isso contribui para o surgimento de varizes na gestação. Uma vez que as varizes aparecem, elas só desaparecem quando tratadas”, explica o especialista.
Após o período da gravidez, as varizes ainda podem surgir e seus sintomas podem piorar, principalmente durante o ciclo menstrual. O problema pode ter causas variadas e, por isso, é muito importante procurar a ajuda de um especialista assim que notar os primeiros sinais, para começar o tratamento o quanto antes e evitar complicações mais graves.
“Depois da gestação, em muitos casos, é prescrito anticoncepcional com alta concentração hormonal, que pode aumentar o aparecimento de varizes. Em um caso de desenvolvimento de varizes pélvicas, por exemplo, pode haver um maior índice de complicações do que as de membros inferiores, como dor e distúrbios menstruais”, alerta o médico.
O tratamento depende da veia e da gravidade da doença. Em tese, qualquer veia do corpo pode se tornar varicosa, mas as varizes afetam os membros inferiores de uma forma mais frequente, causando sensação de peso, cansaço, inchaço e queimação nas pernas, principalmente ao redor do tornozelo. Algumas medidas, no entanto, podem reduzir os sintomas e até prevenir o aparecimento do problema.
A SBACV recomenda usar meias elásticas compressoras, principalmente durante a gravidez, praticar exercícios físicos, como caminhadas e musculação de baixa intensidade, para fortalecer e impulsionar o retorno venoso, evitar o sobrepeso, não fumar, manter uma dieta rica em fibras para evitar a constipação intestinal e não permanecer muito tempo em pé ou sentado.
Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV):