Existem inúmeras causas para a ocorrência de picos de pressão arterial alta ou de pressão baixa e cada uma delas precisa de uma resposta específica quanto a medidas de tratamento. Para explicar melhor, o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho elaborou dois cenários: no primeiro, o paciente hipertenso não apresenta sintomas diante dos picos, mas no segundo, a elevação e a queda são sintomáticas.
“Quando a pessoa está completamente assintomática, sem qualquer queixa, e encontra uma medida de pressão elevada, significa que, mesmo sem um risco agudo de uma complicação, seu tratamento não está 100% eficaz”, afirma o médico. Caso o aumento da pressão persista, o tratamento deverá ser revisto. Se não houver auxílio de um profissional, o paciente continuará sob o perigo de ter as complicações da hipertensão, como o AVC, o infarto, a demência e a insuficiência renal.
Por outro lado, num caso de pressão baixa, se o paciente não está com tontura, moleza, fadiga e outros tipos de desconforto, não há perigo iminente. Caso esses valores se mantenham, é possível até mesmo uma redução dos medicamentos. “Concluo que, no cenário no qual o paciente está sem qualquer sintoma, ter picos de pressão elevada é mais perigoso a longo prazo”, alerta o especialista.
Já no cenário em que o paciente apresenta sintomas, tanto um pico de pressão alta quanto um caso de pressão baixa merecem atenção imediata, já que ambos são perigosos. “Os sintomas da pressão muito elevada costumam ocorrer quando a elevação se dá de forma abrupta. O paciente pode ter fortes dores de cabeça, convulsões, náuseas, vômito e turvação visual”, explica Francisco Flávio. Outros sintomas são falta de ar, tosse e dor forte no peito, que também podem significar, clinicamente, um infarto ou edema agudo pulmonar.
Quando os sintomas são decorrentes de uma queda na pressão, geralmente, o paciente sente tontura constante ou sempre que muda da posição deitada para a de pé, além de fadiga, sonolência e pele fria. Neste cenário, há um risco iminente de quedas e traumatismos graves, principalmente nos mais idosos. É possível que a pressão baixa seja causada pelos anti-hipertensivos, mas também pode ser a manifestação de outra doença, o que mostra que o paciente deve ser avaliado por um profissional.
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