O diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela maior quantidade de glicose no sangue. O paciente diabético deve realizar tratamento para manter os níveis glicêmicos em patamares considerados seguros e evitar uma descompensação da doença. Quando fora de controle, o problema pode causar complicações em órgãos, como os rins e os olhos.
Dois dos sintomas do diabetes descompensado são fome e sede exageradas, consequências do esforço do organismo para eliminar o excesso de açúcar, como explica a endocrinologista Mariana Guerra: “A insulina abre a porta da célula para a glicose entrar. Como falta insulina, a glicose não entra na célula e sua quantidade aumenta no sangue.” Quando isso ocorre, o organismo precisará jogar o açúcar fora por outro caminho.
Nesse momento, é o rim que entra em ação. “O corpo tenta eliminar o açúcar por meio do rim. O paciente urina muito, desidrata e tem muita sede”, afirma a médica. No entanto, ainda não há insulina para carregar o açúcar para dentro da célula, mas ela continua precisando de combustível. O corpo, então, sente mais fome para que o indivíduo se alimente e supra suas necessidades.
De acordo com Mariana, a sede e a fome em excesso não são sintomas exclusivos do diabetes. Isoladamente, podem aparecer em outras doenças. Entretanto, quando o médico faz uma análise do paciente, associando os outros sintomas, levanta-se logo a possibilidade de se tratar de um indivíduo diabético e, por isso, esses sinais são considerados clássicos para a doença.
A descompensação do diabetes, com excesso de glicose no sangue, pode resultar em um quadro grave que recebe o nome de cetoacidose diabética. Por oferecer risco à vida, o problema requer internação hospitalar e reposição de insulina. É importante lembrar que a prática de atividades físicas, a hidratação e a alimentação adequadas também são medidas fundamentais para o controle do diabetes.
Dra. Mariana Guerra é endocrinologista, formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória e atua em Vitória (ES). CRM-ES: 7019