O sistema imunológico exerce uma função muito importante para todo o corpo: ele é o responsável por criar a defesa do organismo e mantê-la em funcionamento, combatendo agentes invasores como vírus, bactérias e fungos. No entanto, nem sempre a imunidade funciona da maneira adequada. Quando isso acontece, é possível recorrer a alguns exames para checar se algum problema está afetando o sistema imunológico.
Para verificar como anda a imunidade, os médicos podem pedir uma série de exames, como cita a imunologista Ana Carolina da Matta Ain: “Hemograma, imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, IgE), subclasses de IgG (1, 2, 3 e 4), linfócitos T e B, complemento, respostas vacinais e o novo exame de triagem neonatal TREC e KREC. Temos também os exames para avaliação de fagócitos como dihidrorodamina”.
O hemograma, por exemplo, mede a quantidade de leucócitos e hemoglobina, com base em uma amostra de sangue, para confirmar uma infecção ou um caso de anemia. Dra. Ana Carolina explica ainda que “os leucócitos são as células brancas do sangue e, nesse grupo, estão os linfócitos e neutrófilos, células muito importante para o sistema imunológico. Se estiverem em baixa quantidade, facilitam as infecções”.
Já o exame conhecido como complemento (C3, C4 e CH50) é feito para verificar o que está provocando infecções e alterações na atividade autoimune. “Recentemente, surgiram os novos exames TREC e KREC, colhidos logo após o nascimento, da mesma forma que o teste do pezinho. Eles ajudam a detectar doenças que afetam gravemente a imunidade dos recém-nascidos”, afirma a imunologista.
Segundo a médica, esses testes são solicitados quando o paciente apresenta algum dos sinais de alerta de infecções. “Nós seguimos alguns protocolos para pensar quando o paciente tem chance de ter imunidade baixa. Chamamos de 10 sinais de alerta. Muitas infecções de ouvido e pneumonia de repetição num mesmo ano, infecções graves com uso de antibiótico em adulto e criança que ficou em UTI são exemplos”, informa a especialista.
Quanto antes a imunidade baixa for detectada, melhor será para o paciente, já que ele terá menos sequelas. Depois do diagnóstico, o médico indicará as melhores formas de tratamento. “Alguns pacientes com imunidade baixa precisam receber tratamento com antibiótico profilático, imunoglobulina subcutânea ou endovenosa, que são anticorpos para combater as infecções. Hoje em dia, podemos indicar para algumas imunodeficiências primária o transplante de medula e a terapia gênica, que é uma terapia inovadora e que já está chegando no nosso país”, explica a médica.
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