A baixa imunidade pode agravar um caso de COVID-19?

A pandemia de covid-19 mudou radicalmente nossa visão sobre saúde. Doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão e problemas respiratórios permanentes, como a asma e a DPOC se tornaram fatores de risco para a infecção do novo coronavírus. Mas a imunidade baixa entra nesse escopo? Qual é a interferência do sistema imunológico para agravar um caso de covid-19? Para nos ajudar a entender melhor esse assunto, convidamos a imunologista Brianna Nicoletti, que respondeu essas e outras perguntas. Confira! 

 

Imunidade baixa e covid: o risco de contrair a doença aumenta? 

 

Entende-se por imunidade todo o mecanismo de defesas do organismo contra substâncias estranhas (antígenos), de acordo com a Dra. Brianna. É dele a responsabilidade de manter o equilíbrio e o bom funcionamento do corpo frente a germes oportunistas. A imunologista explica que falhas no sistema imune podem ser eventuais ou crônicas. “Há pacientes que de forma congênita (nascem com a predisposição de imunodeficiência) possuem em déficit ou desordem destes mecanismos de defesas. Outros, por desequilíbrio imunológico, por hábitos ruins, processos inflamatórios crônicos, estresse, variações hormonais, entre outros, também acabam trazendo algum tipo de fragilidade”. 

 

Com relação ao covid-19, Brianna aponta que até o momento, estudos globais ainda não encontraram evidências de maior risco de infecção em pessoas imunodeficientes. “Porém, uma vez infectados, são considerados pacientes de alto risco para uma má evolução e devem tomar cuidados adicionais para preveni-la. Muito comum inclusive, por estes pacientes apresentarem quadros pulmonares como infecções de repetição, terem lesões pulmonares crônicas como bronquiectasias, asma, sendo mais um fator de risco para má evolução da infecção por COVID”, enfatiza a imunologista. 

 

Como a imunidade baixa do paciente com covid-19 agrava o caso?

 

Brianna esclarece que no paciente com imunodeficiência, os sintomas podem se apresentar de forma reduzida, mesmo com gravidade. “Estes sintomas, muitas vezes, funcionam como alerta para uma situação mais grave”. Mais tarde, estes pacientes podem evoluir para quadros pulmonares e respiratórios bem sérios, proporcionando um risco para a piora do COVID. 

 

Em época de pandemia, a maioria das pessoas busca fortalecer a imunidade, até mesmo com o uso de medicações. Quanto a isso, a especialista explica que somente o fármaco não é suficiente. “É um conjunto de ações que devem entrar, como mudanças de hábitos, visando melhorar o sono, a alimentação e o ritmo de vida.⁠ Muito importante o cuidado com a saúde mental e saúde física (exercícios regulares, boa alimentação, evitar hábitos como tabagismo)”. 

 

Ainda segundo Brianna, os imunomoduladores devem ser usados apenas com prescrição médica. “Esse tipo de medicação é direcionada de acordo com a queixa do paciente, principalmente visando melhorar infecções de repetição”, explica. A manutenção de nutrientes também é importante para manter o sistema de defesa equilibrado. “Algumas vitaminas podem estar envolvidas, como é o caso da vitamina D, e devem ser usadas quando estiverem em quantidade insuficiente e não indiscriminadamente”, finaliza.