Acordar muito tarde pode prejudicar a qualidade do sono?

O sono é uma parte importante da qualidade de vida. Dormir bem ajuda a reduzir os níveis de cansaço, de estresse e de ansiedade, fazendo com que o organismo se torne mais produtivo e atento e reduzindo até mesmo o risco de acidentes de trânsito e no trabalho. Muitas pessoas, no entanto, acreditam para que dormir bem é preciso dormir e acordar cedo, quando na verdade, é preciso respeitar as necessidades e o ritmo do próprio corpo.

Cada pessoa deve dormir no horário que é mais adequado ao próprio corpo


Cada organismo tem um ritmo biológico que influencia o horário mais propício para acordar e dormir e os momentos em que apresenta maior ou menor rendimento nas atividades cotidianas. “Pessoas que têm um ritmo com tendência a dormir e acordar mais tarde costumam ter sono de melhor qualidade quando respeitam esses horários, ao invés de tentarem se adaptar a ritmos que não lhes são naturais”, afirma a psiquiatra e especialista em Medicina do Sono Camilla Pinna.

Entretanto, isso não significa que as pessoas que têm esse costume estão livres de preocupações. De acordo com a profissional, o hábito de dormir e acordar tarde pode causar problemas quando as cobranças sociais, como compromissos de trabalho, de estudo ou até mesmo familiares, têm horários mais rígidos e tradicionais.

Manter horários regulares para dormir garante boas noites de sono


O mais importante para essas pessoas é
manter horários regulares para dormir e garantir que o sono seja de boa qualidade, sem ruídos ou luminosidade para atrapalhar. “Quando os horários de dormir e acordar variam muito de uma noite para a outra, os ritmos biológicos ficam desajustados, com alteração da secreção de alguns hormônios, mudanças no humor e no sistema imunológico, entre outros prejuízos à saúde”, alerta a médica.
Além disso, dormir e acordar tarde não deverá ser um problema, desde que a quantidade de horas necessárias para repor as energias seja respeitada. A maior parte da população precisa de sete a oito horas diárias de sono. No entanto, há pessoas que se satisfazem com apenas seis horas, como os idosos, enquanto os adolescentes e crianças de até dez anos costumam dormir de nove a dez horas por dia.
Dra. Camilla Moreira de Sousa Pinna é psiquiatra formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Medicina do Sono e atua no Rio de Janeiro. CRM-RJ: 52-82109-8
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