Apesar de atingir 17 milhões de pessoas no Brasil e ser uma das doenças mais faladas nos últimos anos, a depressão ainda é bastante estigmatizada. E isso ocorre, em parte, pela falta de conhecimento sobre os sintomas, causas e tratamentos para o distúrbio. Para ajudar a diminuir as dúvidas que cercam a depressão, esclarecemos os principais mitos sobre a doença.
Muitas pessoas acreditam que depressão é apenas uma forma de tristeza. O psiquiatra Marcelo Paoli explica porque acreditar nisso é um equívoco: “Tristeza não é a mesma coisa que depressão, já que o humor depressivo, ou irritado, é apenas um dos sintomas.” A depressão é caracterizada pela tristeza presente por pelo menos duas semanas, além de alterações no sono, apetite, na psicomotricidade e no pensamento.
“Uma pessoa depressiva tem a cabeça fraca”
Outro mito é o de que a depressão é um sinal de fraqueza mental. Não há nada de verdade nisso, já que qualquer pessoa pode desenvolver o transtorno. A doença surge devido a alterações neuroquímicas no organismo, que demandam tratamento que vai desde a terapia até o uso de medicamentos.
Em relação ao tratamento, muitos pensam que basta ter pensamentos positivos e ter determinação para que a depressão seja superada. “Existem casos em que pacientes precisam usar medicamentos para o resto da vida, porque, em alguns casos, o risco de recorrência é muito elevado”, afirma Paoli. Quando necessário, o tratamento deve ser continuado para prevenir outros episódios.
“Depressão só atinge idosos”
A depressão não é uma doença de idosos, pode atingir a todos, como explica o psiquiatra: “As diversas alterações neurobiológicas causadas no organismo e que produzem a depressão afetam pessoas de todas as idades”. Até mesmo crianças podem ser diagnosticadas com o distúrbio. Certos casos podem passar despercebidos pelos familiares ou amigos se os sintomas forem atribuídos à personalidade do indivíduo ou a sua idade.