Você já ouviu falar que é possível sobreviver por semanas sem comida, mas por poucos dias sem água? É o que afirma a nutricionista Gabriela Cilla nesse artigo do National Geographic Brasil. Por isso, se torna tão importante discutir a desidratação e seus sintomas, já que esse quadro pode se tornar um problema de saúde grave.
Nem sempre os sinais de desidratação são óbvios e entender quais são eles podem ajudar a evitar sérias complicações. Para abordar esse tema, a equipe do Cuidados pela Vida e o nutricionista esportivo Phillipe Rios prepararam um conteúdo especial que explora 5 sintomas de desidratação, suas causas e as melhores formas de prevenir esse problema.
Contrariamente ao que muitos pensam, a desidratação não é apenas a falta de água, como explica Phillipe. “A desidratação ocorre quando há uma baixa concentração de líquidos e sais minerais”. Essa condição pode ser potencialmente grave, pois a carência desses elementos corre o risco de comprometer funções vitais no organismo e o adequado desempenho dos órgãos. Embora possa afetar qualquer pessoa, ela é especialmente perigosa em crianças e idosos.
A desidratação pode ser desencadeada por diversos fatores e situações, como dias quentes com sudorese excessiva e ingestão insuficiente de líquidos, episódios de vômito ou diarreia intensa, queimaduras graves, problemas nefrológicos, como insuficiência renal, e outras condições de saúde, como diabetes mellitus, e o uso constante de medicamentos diuréticos.
Reconhecer os sinais de desidratação é crucial, pois em casos mais graves esse problema pode representar sérios riscos à saúde do paciente. Para evitar que isso aconteça, separamos 5 sintomas de desidratação dos quais você precisa ficar atento:
A febre pode ser um dos primeiros sintomas de desidratação, especialmente quando associada a situações como insolação ou queimaduras. A falta de líquidos e sais minerais pode acionar o alerta no hipotálamo, levando o corpo a reagir com o aumento de temperatura.
Outro sintoma característico da desidratação é a sensação de ressecamento na boca e na pele. A ausência de líquidos no organismo leva ao ressecamento do tecido epitelial e das mucosas, resultando em sede intensa.
Nos estágios avançados da desidratação, o paciente pode experimentar confusão mental, dificuldade em elaborar pensamentos e realizar ações complexas, como esquecimento de destinos ou de certos assuntos específicos.
Sintomas semelhantes aos de uma crise de ansiedade podem surgir com a desidratação, incluindo palpitação, taquicardia, fadiga extrema, pânico, enjoo, falta de ar, tensão muscular, calafrios e tremores, indicando o mau funcionamento do organismo.
Em casos severos de desidratação, pode ocorrer perda de consciência (desmaios) e convulsões. Nessas situações críticas, a assistência médica urgente é essencial, e chamar o SAMU (192) é fundamental para saber como agir até a chegada do socorro.
Segundo Phillipe, embora os sintomas sejam genéricos, a desidratação pode ser diagnosticada por um médico em um atendimento de emergência. “Além dos sinais clínicos mencionados acima, o médico pode fechar um diagnóstico mais preciso de desidratação por meio de exames laboratoriais”, explica o nutricionista. A desidratação pode ser classificada como leve, moderada ou severa, apresentando riscos específicos para a saúde em cada nível. “Em situações graves, como perda de memória, confusão mental e diarreias prolongadas, é essencial procurar ajuda médica”, destaca Phillipe.
As recomendações de desidratação se tornam ainda mais específicas para os esportistas: “No caso de atletas, é importante contar com o acompanhamento de um nutricionista esportivo e um médico do esporte para evitar a desidratação, que pode comprometer o desempenho e a saúde de um modo geral. Além de sintomas como febre e queda da pressão arterial, em casos severos, a desidratação pode levar a condições como coma, choque térmico e até mesmo a morte”, alertou o profissional.
Embora seja um problema sério, o tratamento da desidratação costuma ser bem simples. Na maioria dos casos, é realizada uma reidratação intravenosa com soro e sais minerais para restabelecer o equilíbrio do organismo.
Tão importante quanto reconhecer os sinais de desidratação é saber como evitar esse quadro. Phillipe destaca algumas medidas simples que podem fazer toda a diferença. “Para prevenir, é fundamental manter um consumo adequado de água, bastando multiplicar seu peso por 0,05 para determinar a necessidade individual em litros”, recomendou o nutricionista. Outra dica importante é evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, especialmente em situações de calor extremo, além de repor os sais minerais através de uma alimentação saudável, já que a falta deles pode causar hiponatremia – quadro que envolve uma concentração baixa de sódio no corpo.