Bombinha de asma: descubra os perigos desse remédio para falta de ar

Quem tem asma geralmente carrega a bombinha sempre por perto, uma importante aliada para 6,4 milhões de brasileiros que sofrem com a doença na hora das crises. No entanto, esse simples item é cercado de dúvidas e mistérios, com algumas pessoas achando que ela vicia o usuário e pode até matar. Não é para tanto! Consultamos um especialista, que tira algumas dúvidas e esclarece alguns mitos sobre a bombinha de asma.

Afinal, o que é a bombinha para asma?

Se engana quem acha que a bombinha de asma, em si, tem alguma propriedade terapêutica. Na verdade, ela é apenas um inalador dosimetrado que dispara a medicação necessária para o asmático de forma eficiente. “A medicação fica armazenada dentro de um recipiente pressurizado que, quando acionado, libera partículas muito pequenas que são inaladas pelo paciente”, explica o pneumologista Dr. Carlos Felipe Figueira Nogueira.

O tratamento da asma usa a bombinha ou ela é reservada para crises?

Os inaladores podem ser usados de várias formas, com diversas substâncias ativas. Por isso, existem medicamentos voltados para a resolução de crises e outros que auxiliam, de forma mais passiva e sem efeitos imediatos, o tratamento da asma. “Existem diversos tipos de dispositivos inalatórios, com diversas substâncias”, explica Nogueira. “Eles podem ser usados como tratamento de manutenção ou medicação de resgate”.

Esses inaladores oferecem riscos à saúde?

As substâncias nas bombinhas de asma são, de maneira geral, broncodilatadoras, ou seja, ajudam a melhorar a capacidade de absorção de oxigênio nos pulmões por meio da dilatação dos vasos sanguíneos. Um dos efeitos colaterais da medicação é o aumento dos batimentos cardíacos, mas raramente isso se torna um problema maior do que a crise de asma que o paciente está tentando evitar. “Assim como outras medicações, existem efeitos adversos, mas sempre devemos levar em conta o benefício e ganho de qualidade de vida que o paciente recebe com o uso da medicação”, alerta o pneumologista. “É importante também alertar o paciente para que, caso sofra algum efeito adverso, entre em contato com seu médico”.

Também existem dúvidas sobre a possibilidade do paciente ficar viciado na bombinha de asma, mas as pesquisas mostram que os broncodilatadores não possuem características aditivas significativas. O que acontece, no geral, é que o paciente acaba abandonando o tratamento com remédios que não geram muitos efeitos claros e imediatos, usando apenas a bomba em tempos de crise. Com isso, acaba tendo mais crises e usando a bomba mais vezes.

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Dados do Ministério da Saúde: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/35040-asma-atinge-6-4-milhoes-de-brasileiros