Repetir de ano normalmente é um trauma para todo jovem estudante, principalmente no caso das crianças, por conta da falta de maturidade em lidar com situações adversas. O problema pode se tornar ainda maior quando o ocorrido tem um impacto acima do normal, fazendo com que os pequenos entrem em depressão.
De acordo com o psiquiatra Miguel Angelo Boarati, não é possível utilizar apenas uma forma para avaliar a dificuldade escolar ou para se prevenir a depressão pós-reprovação. Tudo depende dos motivos que estejam envolvidos. “A reação emocional dependerá de vários fatores, principalmente o motivo que levou à reprovação”, afirma.
O especialista explica que a reprovação pode afetar a autoestima e autoconfiança, principalmente quando ela já está abalada, o que pode desencadear um quadro de depressão. “Porém, em alguns casos, o efeito pode ser positivo, com ganho de consequência quanto ao baixo empenho e à importância de se dedicar aos estudos. Não é possível definir um só padrão. Dependerá de cada caso”.
Segundo o médico, é importante que pais e professores estejam atentos durante o ano escolar para entender o motivo do rendimento ruim, pois às vezes a criança possui dificuldades de atenção, falhas nos conteúdos pedagógicos ou já está com algum problema emocional. “Neste caso, a criança deve ser avaliada a tempo para que o problema seja sanado. Pequenos ajustes podem ser úteis, como modificação no processo de avaliação ou tratamento específico com suporte escolar ou medicação”.
Trabalhar preventivamente, de acordo com o Dr. Miguel, é a melhor forma de impedir que complicações ocorram com uma criança em função de uma reprovação escolar. O mesmo vale para evitar que ela venha a repetir de ano. “Ao perceber que a criança não vai bem, deve-se procurar um especialista (psiquiatra infantil, psicopedagogo ou psicólogo) para que se possa detectar a razão dos sintomas depressivos e/ou do desempenho acadêmico insatisfatório”.
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