O coração é um músculo que contrai e relaxa constantemente para cumprir sua principal função: bombear sangue cheio de oxigênio e nutrientes para todo corpo humano. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), ele funciona como uma “bomba hidráulica”, em que os tubos de saída seriam as artérias e os de entrada, as veias. Esse órgão fundamental para o corpo é formado por quatro câmaras, chamadas de átrios (recebem o sangue) e ventrículos (bombeiam o sangue do coração para o sistema circulatório); O coração não é composto só pela sua musculatura, mas por uma estrutura complexa, com válvulas, músculos papilares e cordas tendinosas.
As válvulas cardíacas têm o papel de regular o fluxo sanguíneo entre as câmaras do coração. Por isso, é fundamental incluir uma consulta ao cardiologista em seu check-up anual a fim de proteger o coração de doenças cardíacas, como as valvulopatias, um conjunto de condições que afetam as válvulas do coração. Você já ouviu falar nelas? O Cuidados Pela Vida entrevistou a cardiologista Ana Catarina Medeiros, que ajudou a esclarecer todas as dúvidas sobre esses distúrbios. Acompanhe!
O caminho natural do sangue no coração vai dos átrios em direção aos ventrículos. As válvulas cardíacas agem como uma espécie de porta, sendo responsáveis por permitir a entrada e a saída de uma quantidade de sangue adequada às necessidades e ao ritmo do coração, e impedir que o sangue bombeado volte pelo caminho já percorrido. No entanto, doenças que afetam as válvulas e o próprio envelhecimento do corpo podem afetar o funcionamento dessas estruturas. “Com o decorrer da idade, algumas válvulas cardíacas ficam mais espessas, calcificadas e com menor mobilidade, o que pode comprometer os fluxos de sangue dentro do órgão”, explicou a Dra. Ana Catarina.
Válvulas cardíacas podem não funcionar adequadamente por decorrência de duas razões: uma insuficiência de seu fechamento, que pode provocar um refluxo (“vazamento”), e uma abertura restrita, com restrição parcial do fluxo de sangue pela válvula – ambas as condições podem afetar o bombeamento do sangue do coração. Quando as válvulas do cardíacas funcionam mal, é possível ouvir sopros e outros sons anormais através do estetoscópio e o diagnóstico desse problema pode ser complementado por um ecocardiograma.
A cardiologista cita alguns motivos que provocam alterações nas válvulas cardíacas:
Dra. Ana Catarina explica que temos quatro válvulas no coração: válvula aórtica, válvula pulmonar, válvula tricúspide e válvula mitral. Existem patologias que podem afetar cada uma das válvulas ou mais de uma simultaneamente::
Alguns dos principais tipos de valvulopatias são:
Segundo a médica, as valvulopatias são bem comuns: “Elas podem ser congênitas ou adquiridas ao longo da vida e as principais causas de doenças nas válvulas são a degeneração pela idade (senil) e a febre reumática”.
– Uso de medicamentos: a primeira solução médica para tratar valvulopatias é a prescrição de remédios. Os cardiologistas costumam indicar diuréticos, anticoagulantes e medicamentos para melhorar o desempenho cardíaco.
– Reparo (plástica) da válvula do coração: uma cirurgia em que a válvula cardíaca é redimensionada por meio da remoção do excesso de tecido. Também é adicionado um anel em volta da abertura da válvula, o tecido dos folhetos é reparado, juntamente com as cordas tendinosas, e os depósitos de cálcio são retirados.
– Substituição de válvula: a válvula cardíaca danificada é substituída por uma válvula artificial (mecânica ou de tecido) ou por uma prótese. As mecânicas normalmente são feitas de titânio ou carbono e as de tecido vêm de doadores humanos ou de animais.
Válvula mecânica: Tem uma longa durabilidade, ou seja, o paciente pode usá-la a vida toda sem precisar passar por outra cirurgia. Por outro lado, é necessário tomar medicação anticoagulante para sempre. Os médicos recomendam esse tipo de válvula aos pacientes mais jovens.
Válvula biológica: “As válvulas biológicas são confeccionadas a partir do pericárdio do boi ou do porco (membrana que reveste o coração), têm menor durabilidade (de 10 a 20 anos), mas requerem menor cuidado”, esclarece a Dra. Ana Catarina. Esse modelo é mais indicado para os pacientes idosos.