Lidar com um quadro de depressão é não é nada fácil, já que muitas vezes o paciente não tem ânimo para se ajudar ou buscar ajuda. O tratamento, quando seguido corretamente, consegue melhorar a vida de grande parte dos pacientes, mas é preciso engajamento. Pior ainda é quando, além da depressão, o paciente precisa lidar também com outras doenças e problemas pessoais.
Este é o caso da aposentada Maria Vitória L., de 78 anos, que mora em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Em um momento em que se viu muito estressada, resolveu ir ao médico e recebeu o diagnóstico de hipertireoidismo, doença que a fez perder 10 quilos. Depois de iniciar o tratamento, passou por um período de insônia e, logo depois, começaram os sintomas depressivos. “Não conseguia dormir nem de dia nem de noite. Para piorar, tive uma depressão em seguida. Só quem tem sabe o quanto é horrível”, lembra a mineira.
A aposentada iniciou o tratamento medicamentoso para controlar a depressão e, com isso, precisou tomar dois remédios ao mesmo tempo – o antidepressivo e o que controla o hipertireoidismo. Porém, o uso simultâneo desses remédios começou a causar efeitos incômodos: “Passei a sentir muita dor de cabeça e por isso parei de tomar o remédio do hipertireoidismo”.
O uso de medicamentos em casos de depressão é muito importante para normalizar o estado de substâncias importantes no funcionamento cerebral, cujo desequilíbrio leva à doença. “De modo geral, os medicamentos antidepressivos agem na modulação dos principais neurotransmissores: serotonina, dopamina e noradrenalina”, afirma a psiquiatra Luciana Staut.
O tratamento para depressão seguiu, as coisas começaram a melhorar, mas Maria Vitória sofreu uma perda significativa no meio do processo quando seu marido faleceu: “O baque foi grande, mas como eu já estava fazendo o tratamento isso acabou ajudando”. Tempos depois, Maria mudou de médico e novamente houve indicação para usar o remédio do hipertireoidismo. “Eu disse que estava me dando dor de cabeça, mas ela insistiu. Acabou que dessa vez deu certo. Hoje eu durmo muito bem e não sofro mais com os outros problemas”, afirma a aposentada.