Alzheimer: perda de memória recente é sempre o primeiro sintoma?

Os pacientes com doença de Alzheimer vão perdendo gradativamente sua memória, tendo em vista que a doença é degenerativa e sem cura. A perda de memória, em geral, é o principal sintoma da doença, e a perda da memória recente, especificamente, é sempre o primeiro sintoma que se manifesta no quadro. As memórias mais antigas, por outro lado, demoram mais para se deteriorar.

“A perda de memória recente é sempre o primeiro sintoma da doença. A primeira memória que se perde é a memória episódica, que é a memória pessoal. Isto ocorre porque as alterações anatomopatológicas instalam-se em áreas cerebrais, predominando, inicialmente, no lobo temporal, na região do hipocampo, que é responsável pela memória”, explica o geriatra José Eduardo Martinelli.

Sinais que surgem logo após a perda de memória

Segundo o médico, dificilmente outros sinais de Alzheimer se manifestam antes da perda de memória. Quando estes aparecem, surgem concomitantemente. Um sintoma que costuma surgir logo após a perda de memória é a apraxia (paciente desaprende algo que sempre soube fazer). “Esse sintoma costuma aparecer logo, porque o hipocampo, que é a área responsável pela memória, se deteriora primeiro do que outras áreas”, reforça o geriatra.

Um sintoma que pode surgir na mesma fase do déficit de memória é o comprometimento da linguagem. A pessoa começa a ter dificuldade em construir frases, seja porque faltam palavras ou porque não consegue dar sequência àquilo que está falando. “Outros domínios cognitivos, como atenção e concentração, também ficam comprometidos logo no início da doença”, completa Martinelli.

Outros sintomas da doença de Alzheimer

Além de todos os sintomas já citados, surgem alterações comportamentais, como a síndrome do roubo (paciente esquece onde guarda suas coisas e acusa que suas posses foram roubadas); hipersexualidade (indivíduo se torna indiscreto e libidinoso) e perambulação noturna. “Esses sintomas dependem da fase da doença. À medida que ela evolui, as alterações comportamentais se manifestam e podem surgir alucinações”, conclui o médico.