Alzheimer: como lidar com episódios de frustração e agressividade de pacientes?

A forma ideal de lidar com episódios de frustração e agressividade comuns do Alzheimer é não contrariar os pacientes. Se você é cuidador de uma pessoa que possui a doença, saiba que “bater de frente” com ela tende a estimular esse tipo de comportamento. Quando o paciente demonstrar insistência com coisas que não são reais, busque encontrar um jeito de contornar a situação.

“Quando o paciente pergunta ou deseja alguma coisa que não é verdadeira, você nunca deve dizer que aquilo não é real, pois para ele aquilo que ele está dizendo não poderia de forma alguma ser falso. Deve-se, portanto, entrar sempre no assunto como se ele fosse verdadeiro, porém com justificativas para aquelas situações, de modo que o paciente as aceite”, explica o geriatra José Eduardo Martinelli.

O que fazer e o que evitar com um paciente com Alzheimer

Contrariar o paciente resulta mais em episódios de agressividade. Se por acaso ele não aceitar o que você disser, ainda mais se houver repetições reforçando algo que vai em desencontro com o que ele acredita, a tendência é que ele se comporte de forma agressiva. Já os episódios de frustração são mais raros, pois o normal é o indivíduo com Alzheimer se conformar com o fato de não se lembrar de algo. Por isso mesmo é que se recomenda estimular o paciente a fazer diversas atividades cotidianas.

“Se um paciente te diz que quer ir para a casa da mãe e você responde de imediato que ela já faleceu há muitos anos e que a casa já não existe mais, para ele aquilo será um grande choque, mesmo que já o tenham dito o mesmo inúmeras vezes antes. Dessa forma, poderá se tornar agressivo. O correto é dizer a ele que sua mãe está viajando ou que está trabalhando e que em outra hora o levará até lá”, exemplifica o médico.

Importância da medicação para evitar agressividade e frustração

Ainda segundo o especialista, a ocorrência desses episódios não chega a ser prejudicial para o tratamento da doença em si, mas é essencial manter a medicação para que eles se manifestem o mínimo possível. “O uso da medicação é importante para evitar que essas alterações comportamentais atrapalharem a vida do cuidador, que fica muito estressado com essas situações, e também do doente”.