Intolerância à lactose: o leite deve ser totalmente retirado da alimentação?

De acordo com o Ministério da Saúde, a intolerância à lactose consiste na incapacidade de digerir a lactose, que é um açúcar presente no leite. Isso se deve à deficiência ou ausência de lactase, enzima intestinal que possibilita a decomposição do açúcar do leite em carboidratos mais simples e de absorção mais fácil. Por mais que o problema provoque uma série de desconfortos no paciente ao ingerir leite (ou derivados), ele não necessariamente precisa ser totalmente retirado da alimentação, apenas no começo do tratamento, visando reduzir os sintomas (como gases e estufamento). Depois, com a sequência do tratamento, os derivados podem ser gradualmente inseridos na alimentação.

O inicio do tratamento pode incluir a retirada do leite

“Em casos de intolerância alimentar, no primeiro momento pode haver a recomendação de retirada total do leite da alimentação do paciente. A ideia é gerar uma melhora imediata dos sintomas, como gases e estufamento/distensão abdominal. A retirada do leite e derivados visa medir o nivel de tolerancia da pessoa, bem como o ajuste de introdução de enzimas nas quantidades ideais, para que os pacientes voltem aos poucos com o consumo de alimentos que contenham lactose”, explica a nutricionista Carla Cotta. “Vale ressaltar que, dependendo do nível da intolerância e da individualidade bioquímica de cada um, o tratamento pode variar desde a introdução de enzimas digestivas à reintrodução gradativa dos lácteos”, destaca a nutricionista.

A retirada dos lácteos (o que inclui preparações culinárias) deve ser feita desde o inicio do diagnóstico, ao passo que a reintrodução deve ocorrer aos poucos. “Normalmente, inicia-se a introdução em pequenas quantidades, uma a duas vezes na semana apenas, em dias alternados. É importante avaliar o tipo de lácteo (queijo, leite, iogurtes, etc.) que serão mais bem tolerados. Essa adaptação deve durar, no mínimo, quatro semanas”, orienta Cotta.

Medidas e cuidados importantes no tratamento da intolerância à lactose

Por mais que todas as medidas citadas possam ser fundamentais para o controle do problema, o tratamento também pode se beneficiar bastante do uso de suplementos. Existem produtos capazes de fornecer a enzima necessária para a digestão do leite (lactase), facilitando a quebra da lactose e tornando o processo mais seguro e saudável para o paciente. Porém, o consumo desse tipo de produto idealmente deve ser iniciado após o diagnóstico adequado e a prescrição por profissional habilitado. 

A presença do médico é crucial em todas as etapas do acompanhamento, desde o diagnóstico, inclusive, pois trata-se de um momento que necessita de uma análise precisa para que não haja complicações posteriores. É comum, por exemplo, a confusão entre intolerância à lactose e alergia ao leite, que são quadros totalmente distintos.

Dados do Ministério da Saúde:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/88lactose.html