A intolerância à lactose* é causada pela deficiência parcial ou total na produção da enzima lactase, presente no intestino delgado. Como boa parte dos brasileiros tem a condição, em menor ou maior grau, é importante saber que sintomas e sinais podem indicar a intolerância para, então, iniciar o manejo. Veja em que casos você deve suspeitar ser intolerante à lactose.
Segundo a gastroenterologista Marta Deguti, você deve suspeitar ser intolerante à lactose se apresentar um ou mais de um dos sintomas típicos da condição após o consumo de leite ou de produtos derivados do leite, como iogurtes e queijos. Os sintomas mais comuns são diarreia, gases, distensão e dores abdominais.
Ao notar esses sintomas, a recomendação é procurar um clínico geral ou gastroenterologista. “É importante fazer o diagnóstico correto porque a intolerância à lactose não se manifesta somente por causa de fatores como idade, etnia e prematuridade, mas também por doenças intestinais que afetam a absorção da mucosa intestinal”, destaca a médica.
De acordo com Dra. Marta, os sintomas típicos da intolerância que surgem depois do consumo de produtos com lactose aparecem quando os níveis da enzima lactase de uma pessoa são muito reduzidos. É também possível que surjam sintomas com o consumo exacerbado de produtos com alto teor de lactose.
“Há testes laboratoriais, funcionais e genéticos que podem confirmar a suspeita”, cita a profissional. Um desses testes mede os níveis de glicose no sangue antes e até 2 horas depois da ingestão de uma certa quantidade de lactose. Se não houver aumento expressivo na quantidade de glicose, significa que o indivíduo é intolerante.
Outro exame bastante utilizado é o teste respiratório, que mede a quantidade de hidrogênio a partir de sopros periódicos feitos em um aparelho antes e depois do consumo de lactose. Quando o indivíduo é intolerante, a lactose chega ao intestino grosso sem ser digerida pela lactase. Consequentemente, as bactérias do sistema digestivo entram em ação, fermentando essa lactose e liberando gases, inclusive o hidrogênio. O aumento no volume do gás eliminado pela respiração é, então, notado pelo aparelho, que permitirá fechar o diagnóstico de intolerância à lactose.
Depois de receber o diagnóstico, não é preciso fazer cortes drásticos na alimentação. “O indivíduo pode melhorar dos sintomas sem abrir mão do consumo de todos os lácteos diariamente, seja buscando quantidades e tipos de derivados que melhor se adequam à sua tolerância, como também fazendo a reposição da enzima lactase”, recomenda a gastroenterologista.
*A lactase auxilia a digestão da lactose.