Há algumas décadas, pessoas com esquizofrenia eram taxadas como loucas e internadas em sanatórios. Hoje, graças ao desenvolvimento da psiquiatria, os estudos sobre a doença estão mais avançados e permitem uma compreensão mais profunda dos casos e descobertas que revelam as melhores formas de tratamento. No entanto, a doença ainda é cercada de preconceitos e mistérios. Existem atividades do dia a dia que podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição?
Parte genética, parte ambiental
A esquizofrenia é um transtorno mental causado pela interação de aspectos biológicos, que envolvem a genética e o desenvolvimento neurológico, com aspectos ambientais. “Histórico de familiares com esquizofrenia, alterações no feto ou na infância e exposição precoce a drogas são alguns dos principais fatores ligados ao surgimento da doença”, afirma o psiquiatra Eduardo Aratangy.
Entorpecentes agravam a esquizofrenia
Aratangy afirma que atividades cotidianas não têm relação direta com o desenvolvimento da esquizofrenia, mas estudos mostram que o consumo de uma série de entorpecentes está relacionada à doença. “Não são conhecidas atividades que gerem a esquizofrenia, mas é sabido que o uso de substâncias, como a maconha, a cocaína, o LSD, e a presença de outros transtornos neuropsiquiátricos, como a epilepsia, agravam o quadro”, alerta o psiquiatra. A demora no diagnóstico correto, o tratamento inadequado e a falta de suporte familiar e social colaboram para que o problema avance e se torne cada vez mais complicado para tratar.
O tratamento e controle da esquizofrenia passam pelo uso de medicamentos. Os chamados antipsicóticos ou neurolépticos associados à psicoterapia e aos tratamentos que estimulam a autonomia, a reabilitação, o controle e a integração social são os principais tratamentos disponíveis para a esquizofrenia.
Dr. Eduardo Wagner Aratangy é psiquiatra, formado pela USP e atua em São Paulo. CRM-SP: 116020