Hipertensos correm mais riscos em procedimentos cirúrgicos?

Pessoas com pressão alta precisam de cuidados especiais quando se submetem a um procedimento cirúrgico. A hipertensão não controlada gera inúmeras complicações no corpo e uma delas é o maior risco de picos de pressão durante uma cirurgia. Se algo der errado, órgãos-alvos, como coração, cérebro e pulmões, podem ser afetados e precipitar infartos e AVC (acidente vascular cerebral).

A importância da avaliação do risco cirúrgico

Para prevenir que qualquer problema aconteça, antes do procedimento, o paciente se submete a uma avaliação do seu estado clínico, como aponta o cardiologista Benjamin Farbiarz Segal: “Antes de qualquer operação, é realizado um risco cirúrgico, feito geralmente pelo cardiologista ou clínico médico para detectar e, por vezes, tratar esses fatores de risco.”

O anestesista deve checar os sinais vitais e manter o paciente estabilizado antes, durante e depois da cirurgia. “Contudo, devemos entender que esses fatores de risco podem ficar ocultos antes do procedimento e se agravar durante o ato cirúrgico”, alerta Segal.

Acompanhamento médico é fundamental

Segundo o cardiologista, picos de pressão podem ocorrer a qualquer momento. Mas, depois de uma cirurgia e quando o efeito da anestesia acaba, o paciente pode sentir dor e isso provocar um aumento da pressão arterial. Para o médico, é fundamental que o paciente seja acompanhado em todos os passos do processo de intervenção.

Segal ainda afirma que, como o ser humano é dinâmico, o tratamento para a hipertensão pode mudar por causa de um procedimento. “Muitas vezes, temos uma cirurgia que visa corrigir um tumor ou uma situação que gere dor na pessoa e, quando retiramos esse fator desencadeante, a pressão diminui”, diz o cardiologista, concluindo que todas as mudanças do corpo impactam no tratamento médico.