Se o TOC não for tratado, o transtorno pode evoluir e se agravar?

O TOC é um transtorno psiquiátrico caracterizado pelas obsessões e compulsões repetitivos e muitas vezes incontroláveis. Uma das manifestações mais comuns é verificar por mais de cinco ou dez vezes se a porta de casa ou do carro está trancada. Um paciente portador da doença precisa receber o tratamento adequado para que sua qualidade de vida, assim com a de sua família e amigos, não seja prejudicada.

Sem tratamento, TOC pode deixar paciente incapacitado


De acordo com a psiquiatra Luciana Staut, o TOC é um transtorno crônico e pode ser controlado desde que o tratamento se dê de forma continuada. A falta de tratamento pode fazer com que o problema piore. “Quando não é tratado, tende a ocorrer um agravamento progressivo dos sintomas, provocando até a incapacitação do paciente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o TOC é um dos transtornos psiquiátricos mais incapacitantes”, explica a médica.

O agravamento dos sintomas é a principal consequência da piora do TOC. A doença pode impedir que o paciente realize atividades simples do dia a dia, como ir ao mercado fazer compras. Quando o quadro não está sob controle, há um grande de risco de haver problemas de convivência com outras pessoas, até mesmo com a família, além da redução da produtividade no trabalho e nos estudos.  

Tratamento do TOC é feito com terapia e medicação


Como não há uma cura, a doença precisa ser tratada ao longo de toda a vida, na maioria dos casos. “Até hoje, falamos em controle dos sintomas com o tratamento. Existem períodos de melhora , outros de piora dos sintomas e não há um padrão de evolução determinado para os quadros de TOC”, afirma a especialista.

Segundo Luciana, em alguns casos mais leves, é possível obter o controle dos sintomas por meio de terapias não farmacológicas, como terapias comportamentais e atividades físicas. Já nos casos moderados e graves, medicamentos podem ser necessários. Quem definirá a melhor abordagem, assim como a duração do tratamento, é o psiquiatra. A descontinuação do uso da medicação sem a devida orientação pode fazer com que os sintomas retornem.
Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734

Foto: Shutterstock