Muitos pacientes se perguntam se ansiedade tem cura. Assim como acontece com os demais transtornos psicológicos, a ansiedade vem sendo estudada há anos, com cada vez mais avanços obtidos. De acordo com a psiquiatra Dra. Érika Mendonça de Morais, o transtorno de ansiedade ainda não pode ser curado, mas o tratamento pode eliminar os sintomas e deixar o paciente em remissão. Ainda que a ansiedade afete ambos os sexos, o transtorno é mais comum em mulheres na vida a adulta, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Os transtornos de ansiedade não têm cura. O prognóstico é bastante variável. Há pacientes que fazem tratamento por um tempo e não voltam a ter o quadro novamente, há pacientes que têm vários episódios na vida e há pessoas que precisam fazer uso contínuo de medicamentos. Quando uma pessoa está assintomática, com ou sem o uso de medicação, dizemos que ela está em remissão do quadro, mas não curada”, explica a psiquiatra Erika Mendonça.
O tratamento é feito no intuito de reduzir ao máximo os riscos de crises e acentuação dos sintomas, o que por si só já é ótimo para o paciente. Contudo, um tratamento bem feito não é o suficiente, já que há outros fatores envolvidos, como predisposição genética e estilo de vida. “Uma pessoa pode fazer um tratamento bem feito e apresentar outros episódios ao longo da vida. O tratamento diminui a chance disso acontecer, mas, novamente, não pode ser considerado uma cura”.
Apesar dos transtornos de ansiedade terem os mesmos sintomas (tensão, inquietação, preocupação excessiva), incluindo os físicos, como tremores, sudorese e taquicardia, eles apresentam características próprias. “Os principais transtornos de ansiedade são: transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático e fobias”, lista Erika.
Apesar de frisar que não existe cura para a ansiedade, a médica aponta que há avanços no sentido de se entender melhor a fisiopatologia do transtorno, isto é, os mecanismos cerebrais envolvidos. A ansiedade é uma importante causa de incapacidade no mundo, considerando o sofrimento gerado. Os transtornos são bastante comuns afetando por volta de 28% das pessoas ao longo da vida. Logo, são sim bastante estudados.
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS):https://www.who.int/whr/2001/en/whr01_po.pdf