Nicotina, alcatrão, benzeno, polônio e níquel são apenas 5 das 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro. O tabagismo, além de já ser uma doença, é fonte causadora de outros problemas de saúde, como diversos tipos de câncer e doenças cardiovasculares, que são, de acordo com a OMS, as principais causadores de morte no mundo, com 17,9 milhões de óbitos por ano. No âmbito das doenças cardiovasculares, o consumo de cigarros contribui especialmente para o desenvolvimento da hipertensão e para o descontrole da pressão alta em quem já tem a doença.
“A hipertensão nada mais é que a força com que o sangue bombeado pelo coração bate na parede do vaso sanguíneo. O tabagismo enrijece (endurece) essa parede. Logo, se a parede é ‘dura’, a pressão arterial aumenta“, afirma o cardiologista Paulo César Sadala Ferreira, o que coloca em risco a saúde do fumante.
Quem fuma há muitos anos tem ainda um agravante: como a pressão arterial está alta há bastante tempo, todo o mecanismo responsável por controlá-la ficou prejudicado, afetando até mesmo outros sistemas e órgãos além do coração. É o caso dos rins e do sistema nervoso central, por exemplo, que também atuam no controle da pressão alta.
Segundo o especialista, o tabagismo é um fator de risco independente para o infarto e o AVC. No entanto, a situação piora nos casos em que o fumante já tem hipertensão porque fica mais difícil controlar a doença e as complicações surgem com mais facilidade. O médico lembra ainda que o cigarro favorece também doenças pulmonares.
É preciso destacar que mesmo os chamados fumantes passivos, pessoas que não fumam mas que estão em constante contato com a fumaça do cigarro, devem se preocupar com a hipertensão. “Quem não fuma, mas tem contato com quem o faz, tem risco aumentado de ter essas doenças. Não tanto quanto quem fuma, mas sem dúvida um risco maior do que quem não tem contato algum”, explica o médico.
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