Cuidar de um paciente com Doença de Alzheimer não é fácil. Dependendo do estágio da doença, o idoso pode precisar de ajuda para tomar banho, trocar de roupa e até para comer. Hoje, com o tratamento adequado, é possível viver bem e desacelerar a piora dos sintomas da doença. No entanto, suspender o uso ou trocar as medicações pode colocar todos os avanços em risco.
“O abandono do tratamento medicamentoso do Alzheimer só deve ocorrer sob recomendação médica, nos casos em que há comorbidades que contraindiquem o uso das medicações anticolinesterásicas”, afirma o geriatra Ricardo Komatsu. Se você ou o idoso não estiverem de acordo ou estejam enfrentando dificuldades com algum aspecto do tratamento, é essencial conversar com o geriatra antes de tomar qualquer decisão.
“Abdicar dos medicamentos sem que haja recomendação pode não só acelerar a progressão da doença como também acarretar em grandes prejuízos à qualidade de vida do paciente no longo prazo, uma vez que o tempo em que ele estará apto a exercer suas atividades e a interagir com os demais pode ser consideravelmente reduzido”, diz o profissional.
De acordo com o geriatra e pneumologista José Eduardo Martinelli, a prescrição dos medicamentos de ação anticolinesterásica tem como objetivo melhorar a memória e algumas alterações no comportamento do seu familiar com Alzheimer. “O mecanismo pelo qual isso ocorre leva a um aporte maior da acetilcolina na fenda sináptica, provocando uma melhora na memória recente”, explica o especialista.
Martinelli diz que, antes de ter esse medicamento à disposição, a expectativa de vida do idoso diagnosticado com Doença de Alzheimer era de apenas cinco anos. Já com o uso, o prognóstico melhorou consideravelmente, em especial, se outras medidas forem adotadas, como atividades cognitivas, alimentação saudável, controle de outras doenças e convívio com a família.
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