A demência vascular é caracterizada por alterações de comportamento e pela perda da memória. É uma condição causada por problemas na circulação do sangue, mais especificamente, bloqueio do fluxo sanguíneo para o cérebro – chamado de micro-oclusões – ou devido às sequelas causadas por um AVC (acidente vascular cerebral). Entenda qual é a sua relação com a hipertensão!
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para o surgimento da demência vascular, assim como o tabagismo, o sedentarismo, o diabetes, a idade avançada e os níveis elevados de gordura no sangue. Também é comum que o quadro se inicie após a sucessão de acidentes vasculares cerebrais.
“Tanto o AVC quanto as micro-oclusões vasculares são desencadeadas pelos mesmos fatores de risco que causam outras doenças vasculares, como o infarto do miocárdio e as tromboses arteriais”, alerta a cardiologista Ana Catarina Periotto. Essa similaridade reforça a importância da adoção de medidas capazes de proteger a saúde do sistema cardiovascular.
A médica explica ainda que a demência vascular vai se estabelecendo progressivamente, às vezes de forma insidiosa, e costuma apresentar sintomas similares à doença de Alzheimer. “É uma doença que pode levar a quadros discretos de perda de memória semelhante ao Alzheimer e até alterações graves, como dificuldade para andar e falar. A condição pode se iniciar lentamente com dificuldade de concentração e perda de memória recente e evoluir para perda de memória de fatos passados e dificuldade de marcha e equilíbrio”, informa a especialista.
“Por meio de exames de imagem, como tomografia, ressonância e cintilografia cerebral, pode-se identificar a deficiência na circulação sanguínea no cérebro que está presente em pacientes com demência vascular e não está presente nos exames dos pacientes exclusivamente com Alzheimer. Digo exclusivamente pois as doenças podem se sobrepor. Uma pessoa pode ter algum grau de demência vascular associado ao Alzheimer ou Parkinson, por exemplo”, explica a médica.
O tratamento da demência vascular é feito com o suporte terapêutico de profissionais de diversas áreas, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo, e com atividades de memorização e concentração. Além disso, podem ser usados medicamentos para controle da hipertensão, diabetes e colesterol, prática de exercícios físicos e boa alimentação, uma vez que as placas de gordura podem provocar a obstrução dos vasos sanguíneos, o que acaba agravando o quadro.