Quem sofre com hipertensão pode consumir produtos com cafeína?

A hipertensão é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e é capaz de afetar a saúde de todo o corpo humano. Por isso, seu tratamento deve ser feito adequadamente, abrangendo, além da medicação, novos hábitos de vida que levem a uma rotina mais saudável. Uma das mudanças necessárias se refere aos produtos com cafeína, como é o caso do café, uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo.

 

Hipertensos podem tomar café em doses moderadas

O problema quanto ao consumo do café e da cafeína, na verdade, está no exagero. A ingestão moderada de café, por exemplo, com duas a três xícaras diárias, não interfere nos níveis pressóricos de modo significativo. A mesma regra vale para outras bebidas: se a dose de cafeína permanecer menor que 200 miligramas por dia, a interferência na pressão arterial é mínima.
Para uma pessoa saudável, o cardiologista Laércio Uemura diz que o consumo de bebidas com cafeína não prejudica a saúde cardiovascular: “Por exemplo, uma lata de energético de 250 mililitros tem em torno de 80mg de cafeína. Um refrigerante de cola de 350ml tem 34mg e cada 150ml de chá verde tem de 10mg a 50mg de cafeína”, afirma. Entretanto, o consumo por menores de 12 anos deve ser evitado e para a faixa etária dos 13 aos 18 anos, o limite é de 100mg por dia.

 

Grandes quantidades de cafeína prejudicam controle da pressão arterial

O especialista afirma que o café, por ser uma bebida rica em polifenóis, pode ter um efeito protetor sobre alguns fatores de risco cardiovasculares, desde que consumida com moderação. Por outro lado, doses exageradas fazem mal: “A cafeína pode aumentar a pressão arterial, aumentar a frequência cardíaca e o risco de arritmias, de acordo com a quantidade utilizada. Até determinada dose, é um estimulante cerebral, diminuindo o sono e a sensação de cansaço e melhorando o raciocínio”, explica o médico.
Segundo Uemura, o consumo de cafeína de modo exagerado na forma de energéticos pode levar ao desencadeamento de convulsões, especialmente em indivíduos geneticamente predispostos e quando consumidos depois de um longo período de jejum. “Também há relatos de casos de morte relacionados a utilização de grandes doses destas bebidas”, alerta o profissional.

 

Dr. Laércio Uemura é cardiologista, formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina e especialista em Medicina Intensiva. CRM-PR: 9807

 

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