Se você nunca ouviu falar sobre Março Borgonha, esse artigo é para você! A campanha lançada pela Associação Brasileira de Mieloma Múltiplo (ABRAMM) é uma mobilização para conscientizar a população brasileira sobre o mieloma múltiplo, uma doença grave, crônica e que precisa de acompanhamento clínico especializado. A hematologista Sylvia Thomas foi a nossa convidada para explicar a você o que é essa doença e quais são os seus sintomas. Confira!
“O mieloma múltiplo (MM) é um tipo de neoplasia maligna no sangue, em que a medula óssea passa a produzir desenfreadamente células clonais. Essas células são os plasmócitos anormais. Os plasmócitos normais produzem as imunoglobulinas policlonais ou anticorpos. Já os plasmócitos anormais produzem imunoglobulinas monoclonais, que causam destruição dos ossos, se acumulam nos rins e na medula óssea, em substituição às células normais”, afirma a médica.
De acordo com a hematologista, as causas da mutação que provoca o surgimento do mieloma múltiplo ainda são desconhecidas e, por isso, não há prevenção. O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exames laboratoriais. A especialista garante que identificá-la no início é muito importante: “Apesar de não evitar a doença, podemos prevenir as piores complicações da doença por meio de um diagnóstico precoce”.
O mieloma múltiplo costuma ser uma doença silenciosa, que aparece sem mostrar muitos sintomas. Porém, Dra. Sylvia conta alguns dos primeiros sinais deste problema de saúde: “Os principais sintomas da doença são ocasionados pelo acúmulo de plasmócitos anormais na medula óssea, no sangue e nos rins, causando fraturas nos ossos ao menor traumatismo, ocasionando infecções e levando à insuficiência renal. Desta forma, os primeiros sintomas são fadiga, fraqueza, mal-estar, febre e dores de cabeça, na coluna, e nos membros”.
Os tratamentos para mieloma múltiplo podem variar de acordo com o estágio em que se encontra o câncer e vão da quimioterapia ao transplante de medula óssea. Embora não tenha cura, pode-se ter maior qualidade de vida convivendo com o mieloma múltiplo por meio de um acompanhamento clínico especializado e frequente, além de boa alimentação e atividade física regular.