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Câncer de intestino: gastroenterologista tira dúvidas sobre esse problema de saúde!

Você sabia que o Março Azul é uma iniciativa de conscientização sobre o câncer de intestino? Essa campanha super importante existe para debater um assunto que, muitas vezes, ninguém quer falar, mas é urgente: dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que apenas no ano de 2020, ocorreram quase 2 milhões de casos novos de câncer colorretal. Por isso, a equipe do Cuidados Pela Vida conversou com o gastroenterologista Ricardo Guilherme Viebig, que deu alguns esclarecimentos sobre esse problema de saúde.

O que é o câncer de intestino?  

É considerado câncer de intestino – também conhecido como câncer colorretal ou câncer de cólon e reto – o tumor localizado no intestino grosso. Esse tipo de neoplasia surge a partir da multiplicação desordenada das células da região, o que gera o surgimento de pólipos (pequenas massas que crescem na parede do intestino) que, por sua vez, podem evoluir para o câncer. 

Causas e fatores de risco para o câncer colorretal 

 O câncer de cólon e reto não possui uma causa definida, mas alguns fatores podem contribuir para que o paciente tenha maior propensão a desenvolver o tumor. Fatores genéticos são indicadores comuns, ou seja, quem já teve casos de câncer de intestino na família deve ficar atento e fazer exames com regularidade. Se a pessoa já apresentou outros problemas intestinais, como pólipos e lesões na parede do intestino, ou doenças inflamatórias intestinais, também apresentam maior risco de desenvolver a doença.  

 Quem é fumante, consome álcool em excesso e não pratica atividade física também deve ligar o sinal de alerta! A obesidade e a falta de cuidado com a saúde bucal são outros fatores de risco que devem ser considerados. Ricardo também destaca a alimentação como um motivador importante – que, inclusive, pode funcionar como preventivo. “O consumo de alimentos ricos em fibras ajuda a cuidar da saúde intestinal e auxilia na manutenção da flora. Logo, uma dieta pobre em fibras, associada ao consumo excessivo de industrializados e carne vermelha, especialmente gordurosas, é considerada propulsora desse tipo de câncer”. 

Quais os sintomas de câncer de intestino?  

De acordo com Ricardo, alguns sintomas podem variar conforme o grau evolutivo da doença. Pacientes no estágio inicial, por exemplo, podem ser assintomáticos por um período considerável. Entretanto, os principais são: sangue e alteração da aparência das fezes, anemia, fadiga e cansaço, diarreia ou constipação, inchaço ou presença de massa no abdômen, cólica, dor ou desconforto abdominal, perda de peso e sensação de que as fezes não foram eliminadas mesmo após a evacuação. 

“Na maioria dos casos, o câncer de intestino grosso apresenta um prognóstico positivo e pode ser tratado quando diagnosticado nos estágios iniciais. Mas, para isso, é importante conhecer os fatores de risco e estar atento aos sintomas para que as medidas de prevenção sejam efetivas. Alteração do hábito intestinal, sangue nas fezes e emagrecimento sem explicação, são sinais de alerta e devem ser relatados ao médico”, explica Ricardo. 

Colonoscopia é importante para o diagnóstico 

Dr. Ricardo explica que a forma mais eficaz de fechar o diagnóstico do câncer colorretal é feito a partir da investigação de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. Segundo o gastroenterologista, com esses exames é possível a retirada dos pólipos antes de se tornarem cancerígenos. “A colonoscopia é muito eficaz no combate e na prevenção, isso porque é capaz de identificar precocemente a incidência do câncer, o que é de extrema importância para a cura. Ela detecta e remove os pólipos sem precisar de cirurgia e, se houver tumores pequenos, também são removidos, muitas vezes, sem complicações”, explica o médico. 

O médico ainda reforça que o exame pode ser decisivo na redução da mortalidade. “Costumava-se indicar que a primeira colonoscopia fosse realizada assim que a pessoa completasse 55 anos. Mas, nos últimos anos, a incidência da doença em pessoas com idades de 20 a 39 vem crescendo entre 1 e 2,4%. Portanto, o ideal é que o exame seja realizado já a partir dos 45 anos”, alerta. “Quando o câncer é detectado em estágio inicial, tem grande chance de ser tratado com sucesso, confirmando a importância do rastreamento e detecção precoce”, completa. 

Qual é o tratamento para câncer de intestino? 

O tratamento para o câncer colorretal depende de inúmeros fatores, como localização, tamanho, extensão, se há metástase, se é indicada a retirada dos pólipos, radioterapia, quimioterapia ou intervenção cirúrgica. O câncer de cólon avançado não tratado pode ser fatal e, mesmo quando é tratável nesse estágio, pode impactar significativamente a qualidade de vida do paciente devido aos efeitos colaterais do tratamento ou da cirurgia.